quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sedudora!

Mais uma vez a vejo, linda, perfumada e sorridente como sempre.
Disfarço meu olhar para que não perceba o desejo que desperta em mim.
Observo seu movimento delicado, teus cabelos lisos que balançam conforme anda.
Sempre elegante.
Discretíssima, passa as vezes com pressa, esquece que “és bela”, que por onde passa virá passarela, onde sua beleza natural fica em evidência.
Fixo o meu olhar ao seu, eles se cruzam, observo a expressão do teu rosto, do teu corpo, um segundo de silêncio.
Busco em um curto espaço de tempo decifrar os códigos secretos que me conduzirão a você.


Nossas conversas são curtas, não posso deixá-la perceber.
Enquanto ela fala, fico observando o brilho dos teus olhos, as curvas dos teus lábios.
Solto uma piada para vê-la rir e me despeço, fico apenas com a imagem do teu sorriso, registrado na minha mente como uma foto.


Ela agora percebeu meu interesse, quer só confirmar, de qualquer jeito a qualquer preço.
É questão de tempo até que ela me prenda em uma dessas conversas curtas, quando ninguém estiver por perto.
No primeiro sinal vou recuar.
Quero deixá-la confusa, talvez ela se exponha.
Eu sei que as mulheres adoram se sentir cobiçadas, isso as fazem se sentir melhor.
Vou fingir que nada percebo, me fazer de bobo quando as conversas tomarem outros rumos.


Sedutora!
Agora faço questão de fixar meu olhar ao teu.
Nossos olhares se cruzam e sou recompensado com um belo sorriso.
Ela tentará me conduzir a uma confissão.
Percebo o que está tentando fazer.
É uma armadilha, uma cilada, é maldade.


Teus olhos agora estão contornados de maquiagem, teus lábios brilhantes, o perfume mais suave e penetrante.
Nas curtas conversas esbanja charme e inteligência. Já está me prendendo por muito mais tempo, me vi sentando ao teu lado conversando soltamento.
Agora ela sorri quando me vê, já está me pedindo chocolates.


Sedutora!
Só quer saber o que eu estou pensando.
Não assim tão fácil...

sábado, 8 de novembro de 2008

Noite a dentro


Eu aguardava o nascer do sol como um sinal de esperança, como se a luz fosse surgir para iluminar a escuridão que me rondava. Eu a procurava nos meus sonhos que sempre terminavam em pesadelos cruéis. A insônia me dominava e as horas demoravam a passar. Eu sabia que você estava longe, muito distante de mim, mas precisava acreditar em milagres, acreditar que no dia seguinte você apareceria sem perguntas idiotas, como se nada houvesse acontecido. Isso dava força, alimentava e me deixava vivo.


A sensação era a pior, uma dor no perto que não passava, um turbilhão de informações na cabeça, insanidade total. Eu trocava a claridade da TV pela calmaria das músicas modernas da rádio popular, que logo tocava aquela nossa música. Parecia até que estava me aguardando com uma faca afiada apunhalando-me pelas costas.